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Moçambique da Vila Tesouro é atração no último Museu Vivo do mês

Com mais de 100 anos de existência, o Moçambique da Vila Tesouro visa passar os costumes da dança do Moçambique, herdados de seus ancestrais escravizados. / Foto: Divulgação

Moçambique da Vila Tesouro é atração no último Museu Vivo do mês


27.04.2023
No último Museu Vivo de abril, que acontecerá neste domingo (30), a partir das 14h, no Museu do Folclore de São José dos Campos, o público poderá acompanhar e vivenciar diferentes expressões da cultura popular local, como a companhia de Moçambique da Vila Tesouro. 

Também estarão presentes neste encontro a artesã Miriam Coelho de Azevedo Rezende, que fará crochê e tricô, e a culinarista Rosemary Laranjeira David, que fará uma gostosa receita de cuca (bolo de tabuleiro de origem alemã). A atividade é gratuita e se estenderá até as 17h, na área externa do museu. 

Moçambique
Com mais de 100 anos de existência, o Moçambique da Vila Tesouro tem suas origens em Caçapava (SP), nas minas de carvão da Fazenda João Pindão, onde Justiniano Gusmão assumia a função de mestre e sua esposa, Andressa Clementina de Lobato, cuidava das vestimentas e da organização do grupo. 

Devotos de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, Justiniano e Andressa criaram seus sete filhos, sempre procurando passar os costumes da dança do Moçambique, herdados de seus ancestrais escravizados, dos quais eram descendentes. Por volta de 1932, a família veio morar em São José dos Campos.

Nesta época, já com 113 anos, Justiniano nomeou o filho Antonio Gusmão mestre da companhia que, juntamente com a esposa, também repassaram os ensinamentos da dança para seus filhos e netos. Com o falecimento de Antonio Gusmão, a neta Isabel Cristina Gusmão Novais, 48 anos, assumiu a coordenação do grupo. 

Crochê e tricô
Natural de São Paulo, Miriam Coelho de Azevedo Rezende, 61 anos, veio para São José ainda jovem. Ela conta que aprendeu a fazer crochê e tricô; e também a cozinhar com sua avó, que costurava. "No bairro onde morávamos existiam muitos migrantes italianos e as mulheres faziam artesanato, por isso minha avó as recebia em sua casa”. 

Para Miriam, as práticas manuais também são terapêuticas, pois auxiliam a organizar os pensamentos e sentimentos. Hoje, o trabalho que faz já representa uma fonte de renda para a família. 

Cuca
A joseense Rosemary Laranjeira David, 55 anos, também tem conhecimento sobre artesanato de costura e crochê, mas o que ela gosta mesmo de fazer são receitas doces e de vários tipos, como bolos, pudins e pavês. "Eu procuro aproveitar o máximo dos alimentos e costumo usar cascas frutas nas minhas receitas”, diz ela. 

Gestão
O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, instalado no Parque da Cidade desde 1997. Atualmente, sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos. 

Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12)3924-7318 e (12) 3924-7354
www.museudofolclore.org 


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